Cirurgia de redesignação sexual (mudança de sexo): existe dor no pós operatório?
A cirurgia de redesignação (antigamente chamada mudança de sexo) é um procedimento que envolve a retirada de algumas estruturas, e acaba afetando a inervação local.
Um estudo científico realizado em 2013 comparou os níveis de dor de 179 diferentes procedimentos cirúrgicos. Esses níveis de dor foram avaliados no primeiro dia pós-operatório, por meio de uma escala numérica que variava de 0 a 10, sendo 0 sem dor nenhuma, e 10 a maior dor que já teve na vida.
Dentre esses procedimentos, os que resultaram em maior dor pós operatória foram as cirurgias ortopédicas, ocupando os primeiros 40 lugares deste ranking.
A redesignação sexual não foi uma das cirurgias listadas no estudo, porém consegue-se extrapolar os resultados a partir da análise de alguns outros procedimentos que entraram nessa classificação
Quando se analisam as cirurgias urológicas que envolvem a manipulação da genitália, observa-se que os níveis de dor são mais baixos que os de outros grupos de procedimentos como, por exemplo, cirurgia maxilofacial e neurocirurgia.
Dentre as cirurgias urológicas avaliadas, entraram a hidrocelectomia e a cirurgia prepucial.
São procedimentos que trabalham estruturas que também são manipuladas durante a redesignação sexual, e o nível de dor relatado nestes casos foi menor que em diversos outros procedimentos.
Em minha prática clínico-cirúrgica, observo que a dor é muito bem controlada com medicação endovenosa nos primeiros dias. O tipo de anestesia usada e a própria percepção pessoal da paciente sobre os estímulos locais podem modificar esse nível de dor relatado.
Nos primeiros dias é preciso usar analgesia endovenosa (medicações aplicadas diretamente na corrente sanguínea). Após, medicações via oral costumam resolver muito bem a dor.