Cirurgia de redesignação sexual pode afetar a capacidade de segurar a urina?

A continência urinária, que é a capacidade de segurar a urina de forma adequada, é resultado da ação coordenada de alguns componentes do sistema nervoso, algumas estruturas musculares e alguns órgãos do trato urinário inferior.

Quando se fala da genitália biológica masculina (das pessoas que nascem com pênis e testículos), o mecanismo da continência acontece devido à ação das estruturas do complexo esfincteriano urinário.

O complexo esfincteriano é um conjunto de estruturas que vai desde a saída da bexiga,  (colo vesical),  a musculatura lisa da uretra prostática e uma parte da musculatura que do assoalho pélvico. 

Essas estruturas têm um componente de contração voluntária (que depende da nossa vontade) e um componente de contração involuntária (que acontece sem que nós necessariamente desejemos).

Os componentes do complexo esfincteriano urinário ficam bastate próximos ao local operado na cirurgia de redesignação sexual (mudança de sexo). Apesar disso, habitualmente não se altera cirurgicamente nada na configuração dessas estruturas. A próstata, a musculatura esfincteriana e o colo da bexiga, apesar de estarem próximos ao local em que se faz a neovagina, serão preservados. 

A uretra (canal que conduz a urina para fora da bexiga) é seccionada em um nível relativamente distante das principais estruturas responsáveis por segurar a urina.

Incontinência urinária, portanto, não deve acontecer após a cirurgia de redesignação sexual