É possível ejacular após a cirurgia de redesignação sexual (mudança de sexo)?

A ejaculação, em pessoas que nascem com aparelho reprodutor biológico masculino, acontece a partir da interação coordenada entre estímulos nervosos e estruturas que produzem as secreções que vão formar o esperma.

Onde é produzido o esperma?

O esperma ejaculado tem componentes provenientes de três locais principais:

-testículos

-vesículas seminais

-próstata

Destas estruturas, na cirurgia de redesignação sexual (antiga “mudança de sexo”) apenas os testículos são retirados. 

A maior parte do volume ejaculado vem da próstata e das vesículas seminais. Apenas uma pequena parte é proveniente dos testículos. Portanto, teoricamente, o aparelho ejaculatório fica, de certa forma, preservado após a cirurgia. 

Ejaculação em pessoas transfemininas

O uso de hormônios femininos por mulheres trans e travestis, a longo prazo, pode causar atrofia das estruturas que produzem a ejaculação. Assim, o simples uso dos estrogênios já reduz de forma importante a quantidade de esperma eliminado na ejaculação. 

Ejaculação após a cirurgia de redesignação sexual

Após a cirurgia de redesignação sexual feminizante, quando acontece um orgasmo, pode haver a saída de líquido pela uretra, que é na verdade a ejaculação propriamente dita. Na técnica da inversão peniana, visto que a neovagina vai ficar revestida por um tecido epitelizado, a mesma não produz secreção em resposta a um estímulo sexual. 

Mesmo após a cirurgia, episódios de eliminação de esperma durante o sono podem ocorrer, ( a isso chamamos polução noturna, e também acontece com homens cisgênero).

É importante salientar que o líquido ejaculado, quando sai, após a cirurgia de redesignação sexual, não vai conter espermatozóides. Os espermatozóides são produzidos nos testículos, e os testículos são retirados durante o procedimento de redesignação.